sábado, 31 de julho de 2010

DESPEDIMO-NOS, ENTÃO...

INTRÓITO


Em memória do 25 de Abril…
Em memória da Revolução dos Cravos…
Em memória de um grande amor…
Tal como a outra Lara, também tive um “ Dr. Jivago” na minha Vida.
Talvez não tão belo, alto, forte, amante, como o actor que fez o papel principal do filme.
Porém, de igual forma moreno, cabelo negro aos caracóis, olhos brilhantes, luminosos, de um azeviche intenso e com um sorriso encantador e inexcedível.
Por ele me apaixonei tão furiosa e prolongadamente, que esse amor percorreu toda a minha existência…
Um dia, inesquecível da minha memória… despede-se de mim de lenço branco na sua mão direita, dizendo-me Adeus para sempre…
Desde então, olho o horizonte, na esperança da sua chegada, negando-me a aceitar que um amor tão grande não possa ser eterno…

LARA
Agosto de 2003



Mas paixão, amor sincero, puro e simples, sem tabus nem preconceitos, só existe um, que jamais esquecemos, o nosso primeiro amor.
Mas também existe um outro igual, aquele a quem nos entregamos, a quem nos damos a vida inteira, o que esteve connosco nos momentos tristes e alegres da vida: o da mulher, companheira, que nos suporta as agruras, os desgostos, os sofrimentos e desilusões quotidianas.
Reconheço isso. Agradeço isso.
Agradeço a Deus por ter encontrado uma companheira assim: que me critica quando devo ser criticado e me ama quando necessito de amor.
Agradeço a Deus por te ter conhecido na minha juventude e pelo amor que te dei e me devolveste.
Não me arrependi um só único minuto da minha vida…
Nunca me arrependerei…
Perdoa-me, se não fui para ti o que desejavas que eu fosse.
Mas acredito que Deus, traçou o melhor caminho para mim e para ti.
Eu estou bem assim.
Quero continuar assim.
Compreende-me…
A vida mudou. Tudo mudou. Nós mudámos.
Sem rancores, ódios ou vinganças, mas com saudade e amizade profunda, desejando-te as maiores felicidades para a tua vida, volvidas estas três décadas,
Despedimos, então…

ANTÓNIO EDUARDO
Maio de 2005

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