O FRANCISCO
E OS DIREITOS DAS CRIANÇAS
Era uma vez um menino chamado
Francisco, que vivia numa aldeia do concelho de Vinhais.
Tinha 7 anos e frequentava o 2º
ano do 1º ciclo na escola da vila para onde se deslocava todos os dias de táxi
na companhia de mais 2 meninas de outras aldeias vizinhas da sua.
O Francisco, a Joana e a Inês,
eram muito amigos, apesar de, a Joana já frequentar o 4º ano e a Inês o 6º, do
mesmo Agrupamento Escolar.
O Francisco e a Joana, eram
filhos únicos, mas a Inês tinha dois irmãos mais velhos que estudavam na
universidade. O pai da Inês era emigrante em França, onde trabalhava na construção
civil, e a mãe vivia na aldeia para cuidar da avó já muito velhinha, e, tratar
da agricultura.
Também o pai do Francisco
trabalhava em Espanha, numas minas na província de Castilha- León, por isso,
ele e a mãe, viviam em casa dos avós maternos.
O Francisco gostava muito de
andar com o avô Manuel no trator e acompanhá-lo no trabalho do campo, quando ia
lavrar os castanheiros e semear o centeio.
Mas gostava mais de jogar à bola
com o primo António, que vivia em Bragança, e vinha com os tios aos fins de
semana para ajudarem os avôs. Quando isso não acontecia, brincava com o Farrusco, um cão perdigueiro, que só
queria ir para o monte farejar lebres e perdizes.
A Joana, aos sábados de manhã,
também ía com a mãe levar as vacas ao lameiro, já que o pai andava pelos montes
a pastorear o rebanho de ovelhas.
Um dia do mês de abril do
corrente ano, uma senhora que fazia parte da CPCJ, foi à escola do Francisco
falar sobre os Direitos das Crianças.
Todos os alunos estavam com muito atenção a ouvi-la, já que a Srª Professora
lhes tinha pedido para não fazerem barulho e estarem com os ouvidos bem atentos,
pois no final, iriam fazer uma composição sobre o que aprenderam.
Em casa, à noite, com todos à
volta da mesa durante o jantar, o Francisco estava muito contente a contar à
mãe e aos avós o que tinha aprendido.
- Sabes mãe, tive um excelente na
composição porque me lembrei de quase tudo o que a senhora da CPCJ nos disse.
- Então o que aprendeste? Pergunta
a mãe.
O Francisco todo entusiasmado,
responde:
- Que as crianças têm direitos.
Queres conhecer alguns?
- Claro, filho. Gostava muito de
saber…
- Olha … frequentar a escola, ir
ao médico, ter uma boa alimentação, roupa e calçado suficiente, casa para viver…
também aprendi que todos os meninos e meninas são iguais, quer sejam brancos ou
pretos, ciganos ou deficientes, portugueses ou espanhóis, religiosos ou não.
- Ui! Aprendeste tudo isso?
Pergunta a avó Ana.
- Sim avó, e que todas as
crianças também devem ser amadas e têm de brincar, não trabalhar.
- Amor, carinho e brincadeira, a
ti não te falta, responde o avô Manuel. Quanto ao trabalho, achas que quando
vais comigo para o campo estás a cansar-te muito?
- Não, avô… gosto muito de ir
contigo para ver o que fazes! Isso não é trabalho… é ocupar o tempo, uma
brincadeira para mim…
- Então, aprendeste também os
deveres? Pergunta a mãe.
- Sim… por exemplo: estudar… fazer
os deveres da escola… lavar-me todos os dias. Respeitar os colegas e
professores. Ajudar os pais, fazendo pequenos recados…
- Muito bem, diz a mãe.
Aprendeste muito… gostei de te ouvir… quando o teu pai nos visitar no próximo
mês, tens de lhe falar de tudo isto.
- Claro, mãe… também lhe vou
contar que as crianças são as primeiras a ser socorridas em caso de desastre e
que não devem ser vendidas, e, que são todas iguais, pobres ou ricas…
- Estou muito orgulhoso de ti por
saberes tanta coisa, diz o avô Manuel.
Nessa noite, o Francisco foi
deitar-se muito feliz e contente…
Até sonhou que andava com o Farrusco e com a Joana, a correr, saltar
e a rebolar-se na erva húmida do lameiro que ficava junto ao rio…
Maria Idalina Alves de Brito
Representante da Segurança Social
na CPCJ
(Conto inédito para o Plano de
Ação (PA) 2016 da CPCJ do concelho de Vinhais)
Abril - mês de prevenção contra
os maus tratos na infância
Vinhais, 8 de Abril de 2016
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