quarta-feira, 4 de agosto de 2010

CONTRACAPA


…” E, penso muitas vezes, que este meu amor ao campo é idêntico ao amor que muitas pessoas têm pelo mar ou pela cidade. Aqueles, porque nasceram, viveram ou vivem junto àquela imensidão azul e verde, branca e salgada, agitada, buliçosa, que os encanta, perturba ou atormenta. Estes, pelo movimento, acção, barulho, vida, mudança, agitação frenética, stress, que os faz viver, respirar, cansar, suar, mas que “morreriam” sem esse conforto diário.

Já vivi nesses cenários. Amei-os enquanto duraram e, me foram imprescindíveis à minha existência e construção do meu futuro.

Porém, à minha alma campesina, faltava o ar frio e leve, quente e abafado, faltavam as serras, as montanhas, os vales, o imenso planalto que a chamavam diariamente e, a atraíam sempre. Ela, não poderia viver sem o “seu Trás-os-Montes” e, longe, uma saudade imensa assolava-a, atormentava-a, que só terminou quando, definitivamente regressou para aqui viver.

Sou camponesa com apenas os primeiros anos da minha Infância. Mas aprendi, nesse curto período da minha vida, a amar o campo e, quem aprende a amá-lo, jamais o esquece. Amá-lo-á sempre, por mais longínquo que possa estar e por mais agitada, movimentada ou atarefada a sua existência…”

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