quarta-feira, 15 de setembro de 2010

DERIVAÇÕES DO SER

DERIVAÇÕES DO SER


Eu sou uma navegante de nuvens, solitária.
As ameias daquele castelo evaporam-se na bruma dos teus olhos e na ansiedade da tua boca.
Queres amassar-me contra uma parede de relva circundada de rosas vermelhas como o sangue que corre em tuas veias.
A brisa do mar de verde vulcânico entranha-se no meu cabelo de lima, limão, limão esmeralda, caju, tanto faz. O importante é ver-te com o teu sorriso de folha branca por entre teus lábios de cereja. Flutuas no mar ou no ar? Que importa? És tu? Ou não és?
A nuvem passageira e airosa atormenta o teu cérebro fruto de canseiras e cansaços, desesperos e lágrimas.
Os sentimentos já não são o que eram. Ou pelo menos assim pensava eu. Mas não. São iguais. Sempre iguais. Os protagonistas é que mudam. Hoje és tu. Amanhã outro ou ninguém. Ao fim de algum tempo, já não tens sentimentos. Tens lembranças. Já não sabes chorar, nem amar, nem querer, nem sonhar. O espírito entorpece e amarra teu corpo ao desperdício, ao quebranto, enganado à vida sufocada, à desesperança de uma vida...

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