sábado, 15 de novembro de 2014

Sem Abrigo


POESIA DE LARA DE LÉON

(Pseudónimo de Maria Idalina Alves de Brito)


POESIA SOCIOLÓGICA

(carácter social)


SEM-ABRIGO

 

Nesta cidade de brumas

róseas e cães verdes,

cavalgas ansioso por entre

gotas de rua em pedras

soltas e noites brancas.

 

Migalhas de fome abrem

portas de escombros e

cobertores negros que

dormem em túmulos

de solidão e abandono

nos patamares esquecidos

de cada um de nós.

 

Bocas de múmias cegas

no desafio do tempo oculto,

imagens e devaneios de

recusados carinhos que

lembras de outrora.

 

Desejos do corpo que

esqueceste e da fome

que a noite silencia.

 

Crepúsculos de paixões e

famílias de sonhos que

um dia surgirão no

oculto esplendor da

madrugada em rasgos de

abraços e beijos como

luz no fogo da ilusão

agreste de um dia,

um dia apenas, de vida.

 

Ó homem aventura, nu, cego,

pobre e só, neste deserto perdido

que procuras em liberdade?

 

2013.06.15

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