sábado, 16 de abril de 2011

DERIVAÇÕES DO SER

PENSAS QUE ÉS O NADA!


Envolta na tua perene sombra
Complementaridade de medos e ensejos,
A tua pele brilha do nervosismo e pressão,
Que te motivaste a possuir…

Deixa!
A matéria precária do corpo,
É tão ínfima, para todo o teu ser!
Apenas abrange o suporte do paradigma da existência…

A representação que tens de ti e dos outros,
Ultrapassa essa estreita barreira
Que se consubstancia,
Numa redução ou isenção do eu total…

Essa natural dialéctica do físico e espírito,
Da imagem à identidade,
E integridade pessoal,
Alcança, voos tão complexos, percepções díspares,
E, por vezes, sentimentos incompreensíveis
De impotência e demência,
Perante o diagnóstico recebido…

O nada!
Pensas que és o nada!

A incidência fixada no pensamento da morte
Ou da curta vida!
Quem sabe?

“ Há mais dias, que marinheiros”!
Tens de ter a coragem
Para atravessares marés e desertos
Que surjam no teu caminho,
Para, por fim, encontrares
Uma praia ou um oásis,
No teu coração!




NA VINHA DO TEU DESESPERO…


Piso as uvas
Sobre um ninho de pintassilgos dourados
Ao sol da escada perdida
Na vinha do teu desespero…

Choras lágrimas de mosto
Na ousadia de ficares ausente
De todos por uns dias.

A angústia e a depressão
Imperam no teu rosto endurecido
Por nuvens cinza,
Corridas de pântanos azuis e verdes,
No câmbio das caminhadas ousadas
E desesperantes,
De quantos calejam socalcos de xisto
E parras vermelhas e doiradas
Neste mês de Outono, Outubro belo!

As notícias são más!
Com poucas esperanças
Para quem já está mal de rendimentos.

Há cortes financeiros
Que abalam os teus compromissos
De qualidade de vida, saúde e educação.
Mas repara!
Há muitos outros,
Com sonhos desfeitos,
E, nem para comer, têm pão!

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