sábado, 16 de abril de 2011

DERIVAÇÕES DO SER

NO SILÊNCIO DE MIM E DE TI


No silêncio de mim e de ti, onde existe o nós?
O alpendre que suporta o nosso ninho,
As palavras que alimentam a nossa relação,
Os alicerces que construímos ao longo deste tempo,
Onde estão?
Que quebrantos, teias, sons e luzes, te invadem hoje,
Para não sentires e veres a sua existência?

O canal de comunicação falhou ou parou há muito?
Só hoje o descobrimos.
Mas são estes pequenos nadas que asseguram a nossa relação…

Que escadas sobes ou desces,
E que momentos de lucidez te esperam?
Estás de pé à minha frente. Olhas-me e não me vês.
Teus pensamentos voam apressados na descoberta do eu…
Este ruído que me sufoca e te sufoca.
Queres certificar esta admissibilidade da minha existência?
Quem me dera conter em mim todas as folhas da tua…
E passar pelas árvores que florescem no teu quintal…
E conhecer as rosas,
Pois só conheço os espinhos…




VALE A PENA VIVER


Sarapintada de cores
Embalas no diafragma do teu peito
A surpresa, fiel e serena,
De quantas lágrimas choraste
Amarfanhadas de quimeras,
E de sonhos azuis e prata,
Imbuídos de largos sorrisos
Como quando a flor desabrocha
No jardim da tua esperança
E do teu sonho.
Outrora, vis furacões abalaram
O teu ser branco e luminoso
Que pretendia vir a transformar
O mundo em paz e amor.
Lágrimas, ais, solidão,
Caminharam lado a lado
Como prantos de viúva abandonada
Na dor e desespero de cada dia.
A vida não te foi fácil.
Nem o é agora,
Para quem ousa querer
Um mundo melhor!
Mas queres!
E, neste querer,
Está a ousadia, força e coragem
De que te embalas para sorrires
E gritares:
Vale a pena viver!

2010.11.09

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